quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Horas Difíceis As horas difíceis surgem sempre. Quando te vejas sob a tensão que provoquem, espera com paciência a passagem da crise, à maneira da erva no vendaval. Esse discute com aspereza aquele grita, outro reclama e outros ainda se desmandam no desespero. Sê o ponto de serenidade em que se erga a estação terminal do desequilíbrio. Recorda a segurança da natureza. A noite aguarda o renascimento do amanhecer. A semente lançada a terra não germina de um instante para outro. À noite, porém, não se estenda ociosa. Benfeitora diligente, cria o orvalho que alimenta as flores, entregando-os ao dia, para que o dia as reúna nos mostruários da beleza. A semente no chão não se desgasta na inércia. Aceita a gradativa transformação de si própria, doando-se em resposta verde da vida permanente às mãos que a encarceraram no solo, convertendo-se na planta destinada a servir. A paciência, igualmente, não é expectação improdutiva. A serenidade da compreensão trabalha sem alarde, a fim de que a paz se estabeleça. Nas dificuldades em que te reconheças, sê a paciência que age com caridade e inteligência, para que o bem se faça em auxílio de todos os corações que te compartilham a vida. Para que te conscientizes, quanto a semelhante realidade, sempre que puderes, reflete na paciência infinita de Deus. Estende a própria alma na dádiva que fizeres. Ante os desajustados da Terra, respeita-lhes o caminho e silencia quando não lhes consiga compreender as lutas entremeadas do pranto que desconheces.

  Meimei / Francisco Cândido Xavier 

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